O FC Porto recebeu e venceu esta sexta-feira o Portimonense por 5-2, somando a sétima vitória em igual número de jornadas da Liga, que o coloca, pelo menos provisoriamente, na liderança isolada da classificação. O 24.º jogo caseiro consecutivo sem perder nas competições nacionais permitiu assim aos azuis e brancos igualar o registo alcançado pela última vez em 2007/08, época em que se sagrou tricampeão nacional.
O encontro que inaugurou a ronda sete do campeonato teve sete golos e um vencedor justo, que se anunciava desde a primeira parte, ou melhor, desde o 26.º minuto, quando festejou o 3-0. Perante uma equipa que começou por se apresentar num bloco subido, a praticar um futebol positivo, “sem respeito” pelo adversário, como sublinhou Sérgio Conceição na conferência de imprensa, os portistas revelaram algumas dificuldades iniciais para pôr em prática o plano de jogo e demoraram cerca de 20 minutos a encontrar a fórmula ideal para a ultrapassar. Foi aí que, na sequência de um pontapé de canto, Marcano de pé esquerdo desbloqueou um problema que, até então, parecia de difícil resolução.
“Os golos são como o ketchup”, quando aparecem, chegam todos de uma vez, disse um dia Cristiano Ronaldo. A analogia encaixa perfeitamente no que aconteceu a seguir no Estádio do Dragão, porque seis minutos depois já o FC Porto vencia por 3-0, graças aos remates certeiros de Aboubakar (22m) e de Marega (26m), que contaram com o contributo decisivo de Corona, de volta ao onze para ocupar o lugar de Otávio – o médio brasileiro, que tinha sido titular na partida frente ao Rio Ave (2-1), foi excluído da lista de convocados por ter contraído uma mialgia de esforço.
Confortável no marcador, a equipa de Sérgio Conceição abrandou o ritmo, por momentos deixou de lado a pressão alta que habitualmente exerce e que tantas vezes lhe permite criar perigo junto da baliza contrária e abriu caminho para que o adversário conseguisse sair dessa zona de pressão e encontrasse espaços na linha defensiva azul e branca. Daí resultou o golo algarvio, apontado pelo japonês Shoya (36m), que se pode orgulhar de ter sido o primeiro a bater Casillas no Estádio Dragão nesta temporada, no dia em que o internacional espanhol recebeu o prémio de melhor guarda-redes da Liga do mês de agosto, ao lado de Aboubakar e Alex Telles, distinguidos respetivamente como o melhor avançado e lateral.
Com um 3-1 ao intervalo e em vésperas da deslocação ao Mónaco para a segunda jornada da Liga dos Campeões, se alguém pensava que os azuis e brancos iriam tirar o pé do acelerador e tentar gerir o resultado é porque não conhece este FC Porto de Sérgio Conceição. Sempre de olhos postos na baliza, apostando sempre num jogo muito vertical, com constantes mutações entre o corredor central e lateral, e com uma boa e rápida reação à perda da bola que impede que os adversários saiam com qualidade na transição ofensiva, os Dragões conseguiram, naturalmente, avolumar o resultado.
Brahimi, que já tinha estado em destaque no primeiro tempo, precisou de apenas cinco minutos no segundo para assinar o quarto golo portista, na conclusão de uma jogada que passou por Aboubakar e Marega (50m). O melhor, no entanto, estava guardado para mais tarde, porque vale a pena ver e rever a forma como os azuis e brancos chegaram ao 5-1, apontado pelo internacional argelino, que assim “bisou” pela primeira vez nesta temporada (67m).
Faltavam pouco mais de 20 minutos para Luís Ferreira apitar pela última vez na partida, os três pontos estavam garantidos e o segundo golo do Portimonense (73m) não foi mais do que um apontamento na história de mais uma goleada e de mais uma exibição convincente do FC Porto.