A democrata Danica Roem, 33 anos, tornou-se a primeira mulher transgénero a ser eleita nos Estados Unidos, ao vencer o republicano Bob Marshall nas eleições para a assembleia local na Virgínia.
O Partido Democrata dos Estados Unidos elegeu, na terça-feira, dois governadores, nos estados de Virgínia e Nova Jersey, os únicos em jogo este ano.
No estado da Virgínia, os democratas mantiveram-se no poder graças à vitória do candidato Ralph Northam (53,6% dos votos) contra o republicano, Ed Gillespie (45,2%).
Mas o estado de Virgínia assistiu também a uma vitória pioneira: a candidata democrata Danica Roem venceu o republicano Bob Marshall na assembleia local, tornando-se a primeira mulher transgénero a ser eleita.
Apurados 95% dos votos, esta antiga jornalista de 33 anos tinha 55% dos votos. O seu adversário era assumidamente contra a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e defensor da proibição de os cidadãos transgénero usarem as casas de banho públicas de acordo com a sua identidade.
Durante a campanha, Bob Marshal tentou tirar partido da identidade de género assumida por Danica Roem para conseguir "vantagem" junto dos eleitores, tendo declarado numa rádio que a sua adversária era "claramente um homem" e chamando-lhe "ele", além de defender que o seu comportamento "vai contra as leis da natureza e de Deus".
Danica Roem "respondeu" dando enfoque a questões que têm impacto na vida dos eleitores, como as acessibilidades entre o 13.º distrito da Virgínia e Washington DC. Mas não ignorou os "ataques" de que foi alvo. "Sou uma rapariga crescida, sei tomar conta de mim", declarou.
E teve apoios importantes a nível político, como foi o caso de Joe Biden, ex-vice-presidente de Barack Obama.
"Esta é uma vitória de Danica e de todos os transgéneros americanos", sublinhou Hayden Mora, líder de um grupo político de ativistas transgéneros que apoiou a candidatura Danica.
"Os grupos de ódio fizeram o que fazem sempre - tentaram assustar e distrair os eleitores. Mas, desta vez, conheceram uma candidata que não desistiu", acrescentou.
Aisha C. Moodie-Mills, dirigente de um fundo eleitoral LGTB que contribuiu para a campanha de Danica, defende que esta vitória "envia uma mensagem poderosa aos legisladores anti-transgéneros de todo o país... A vitória de Danica é um marco histórico na nossa marcha pela igualdade".
Vitória democrata em Nova Jérsia
Em Nova Jérsia, até agora liderada por Chris Christie, que chegou a fazer campanha por Trump em 2016, a eleição foi ganha pelo democrata Philip Murphy, que derrotou a vice-governadora do estado, Kim Guadagno. Com 71% dos resultados apurados, Murphy obteve 55,6% dos votos, enquanto Guadagno conseguiu 42,5%.
Além das eleições nos estados de Virgínia e Nova Jersey, destacam-se ainda eleições locais em Nova Iorque, onde o atual presidente da câmara, o democrata Bill de Blasio, venceu com 64,5% dos votos contra a rival republicana Nicole Malliotakis, que só conseguiu 29,7%.
Apesar das derrotas do seu partido, o presidente Donald Trump afirmou que os republicanos "vão continuar a ganhar, ainda mais que antes".