As autoridades equatorianas estão a oferecer 8500 euros como recompensa a qualquer pessoa que ajude a localizar ou deter um dos quatro professores suspeitos de violar cinco crianças numa escola de Guayaquil, no Equador.
A queixa de uma mãe ao Ministério Público revelou um escândalo que, segundo o Ministério da Educação, era conhecido pelos funcionários da escola desde maio. "O Departamento de Aconselhamento Estudantil entregou dois relatórios ao reitor: um a 30 de maio e o segundo a 6 de junho. O mesmo documento foi, posteriormente, enviado para a direção regional, que o devolveu sem fazer nada", advertiu à imprensa o ministro da educação equatoriano Fander Falconí.
A polícia afirma que existem pelo menos mais 100 casos só nesta escola em Guayaquil, e que o assunto agora só tomou grandes proporções porque os cinco casos mais recentes de violação foram confirmados por médicos e psicólogos.
Este assunto está a criar uma onda de indignação por parte de pais e população em geral, visto que os funcionários da escola sabiam das queixas. Alegadamente, pelo menos, quatro professores trancavam os alunos na casa de banho durante os intervalos. Além de abusarem das crianças, tiravam fotografias e obrigavam os alunos a beber a própria urina.
Dada a situação a policia dirigiu-se à escola, localizada num dos bairros mais marginalizados da cidade, mas foi impedida de entrar pelo diretor que se recusou a abrir a porta. As autoridades e o promotor do caso avançaram o muro da escola e prenderam um dos professores suspeitos.
Outros dois docentes foram presos mais tarde. O reitor e diretor da escola foram retirados dos respetivos cargos e foi aberta uma investigação interna para apurar factos e aplicar sanções administrativas, paralelas ao processo judicial. Todos os restantes funcionários e professores serão avaliados em testes psicométricos e será dado especial apoio psicológico às vítimas e familiares.
De acordo com números oficiais, entre 2014 e 2017, foram relatados quase 900 casos de assédio e violação da integridade sexual de menores em escolas do Equador, dos quais 65% foram cometidos por funcionários internos.