O incêndio que afetou Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, deixou cerca de 20 pessoas desalojadas e destruiu 238 habitações, havendo ainda uma mulher de 70 anos desaparecida.
O presidente do município da Pampilhosa da Serra, José Brito, disse à agência Lusa que há cerca de 20 pessoas desalojadas e que, segundo o último levantamento realizado pelo município, 238 habitações ficaram destruídas.
Segundo José Brito, a autarquia está a promover "alojamento" para as pessoas que perderam a sua casa, seja através da "colaboração de algumas entidades", seja através da cedência de instalações do próprio município para os casos de maior fragilidade, que estão a merecer o acompanhamento dos técnicos do município da ação social.
Para além dos desalojados, há várias casas que, "não tendo ardido, sofreram impactos fortes que põem em causa, em alguns casos, a sua estabilidade".
Do incêndio que afetou o concelho entre domingo e segunda-feira, resultou ainda "um ferido grave que está hospitalizado com queimaduras profundas e com alguma extensão", em Pescanseco, e uma mulher de 70 anos que continua dada como desaparecida, em Ribeira de Praçais, onde vivia numa casa isolada no meio de um vale.
"Neste momento, já estão no terreno o delegado de saúde, o GIPS [Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR] e bombeiros", informou.
O telhado da casa onde a mulher vivia colapsou e "é preciso remover tudo para verificar se a senhora terá sido vítima do incêndio", referiu.
O autarca sublinha que há "muitos prejuízos, muita floresta queimada, muitas máquinas agrícolas ardidas" e dezenas de cabeças de gado, principalmente cabras e ovelhas, que morreram com o fogo, para além de muitos outros animais que precisam rapidamente de alimento.
De acordo com José Brito, terão ardido cerca de dois terços dos 400 quilómetros quadrados de território do concelho nos três incêndios que afetaram Pampilhosa da Serra desde o fogo de Pedrógão Grande, em junho.
"O nosso concelho ficou praticamente dizimado", resumiu.
Questionado pela agência Lusa, o autarca frisou que o concelho pode voltar a sofrer aquilo que sofreu "em 2006" com as chuvas que surgiram após o incêndio de 2005.
"Os privados não vão cortar o material queimado. A maior parte do material vai ficar no terreno e depois vai tombar e vai ser arrastado para as vias, para os aquedutos e vai tudo entupir", sublinhou, recordando que em 2006 desapareceram bermas e taludes e parte de estradas ruíram, com as cheias.